MC Lan ignora preconceito contra o funk: “não ligo se a elite não aceita”

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2017 14h17
Johnny Drum/ Jovem Pan

Dono dos maiores funks que dominaram 2017, MC Lan não se incomoda com o preconceito que o gênero musical sofre no Brasil. Convidado do Pânico na Rádio desta terça-feira (12), ele afirmou que “já está acostumado” com a onda de xingamentos que recebe por suas músicas.

“Eu não ligo se a elite não aceita porque 70% do Brasil é feito de favelado, então para mim está bom”, falou. “Não ligo para preconceito e não me vitimizo”, disse ao comparar o preconceito que os funks recebem em oposição às músicas americanas, que também usam letras “pesadas”.

“Acho que muitos entendem [as letras]. Até ‘Downtown’ de Anitta e J Balvin as pessoas sabem que não estão falando de uma cidade, mas o brasileiro tem essa mania de ‘o jardim dos outros é mais bonito’ e já me acostumei com isso. Para mim tanto faz. Enquanto estiver comprando meu pão com mortadela está tudo bem”, concluiu.

MC Lan também afirmou que apesar da onda do “funknejo” e afins, ele não pretende mudar o seu estilo musical. Ao aplaudir aqueles que fazem o mesmo, ele explicou que suas músicas são “zoeira como os Mamonas Assassinas”.

“Dou o maior valor para grupos como Skank e Jota Quest que continuam na mesma fita há anos. Se depender de mim eu não mudo o meu estilo nunca. Vou continuar com o proibidão e cantar a minha raiz”, prometeu.

O funkeiro ainda lembrou de quando lançou sua 1ª música “de brincadeira” e, em uma semana, a sua vida mudou. Na época, ele morava na rua depois de ser expulso de casa quando sua mãe adotiva foi internada e o pai já tinha morrido.

“Fiquei dois anos morando na rua. Até a metade do ano passado [2017] estava morando na rua”, falou. “Pedi para um amigo para dormir na casa de alguém porque estava muito frio e ele disse para ir no estúdio de um DJ amigo dele (…) no segundo dia que dormi lá gravei brincando e acabaram lançando na zoeira”, lembrou.

Na semana seguinte, MC Lan estava indo de firma em firma para se lançar de vez na música e, desde então, não parou.

“Hoje faço 60 shows por mês e é bem menos [que no começo da carreira]. Por 3 meses seguidos eu fiz 80 shows por mês, acho que fui o artista que mais fiz show esse ano no Brasil”, ponderou. 

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